
24 abr INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO IDOSO
A Sociedade Internacional de Incontinência define incontinência urinária como a condição na qual a perda involuntária de urina é um problema social ou higiênico e é objetivamente demonstrada. Estudos revelam que a prevalência da incontinência urinária no idoso varia de 8 a 34%.
O trato urinário inferior apresenta alterações relacionadas ao envelhecimento, que ocorrem mesmo na ausência de doenças. A força de contração da musculatura detrusora, a capacidade vesical e a habilidade de adiar a micção aparentemente diminuem, no homem e na mulher.
Existem vários tipos de incontinência com características diferentes, sendo elas:
- Incontinência de esforço: associada a atividades que envolvam aumento da pressão intra-abdominal como tossir, espirrar ou pegar em objetos pesados. Este tipo de incontinência está associada à fraqueza dos músculos do pavimento pélvico;
- Incontinência de urgência: a pessoa sente uma vontade súbita e intensa para ir à casa de banho;
- Incontinência mista: há uma mistura de incontinência de esforço com incontinência de urgência;
- Incontinência por extravasamento: ocorre quando a bexiga está muito cheia e a pressão é maior do que a resistência uretral.
No caso da incontinência de esforço, em que há fraqueza dos músculos do pavimento pélvico, estes podem ser fortalecidos de forma a evitar essas perdas de urina.
Uma das alterações mais freqüentes do hábito urinário no idoso é a noctúria. Alterações hormonais decorrentes do envelhecimento, como o aumento na secreção de vasopressina e do hormônio natriurético, podem resultar na eliminação preponderante dos líquidos ingeridos (durante o dia) no período noturno, mesmo na ausência de insuficiência venosa, insuficiência cardíaca, doenças renais ou obstrução prostática.
Essas mudanças, associadas à ocorrência de distúrbios do sono fazem com que pessoas com mais de 65 anos apresentem 1 a 2 episódios de noctúria mesmo na ausência de qualquer enfermidade. Como essas alterações também são encontradas em indivíduos idosos continentes, não podemos apontar nenhuma delas como causa da incontinência urinária, mas fatores predisponentes que, associados à maior
probabilidade dos indivíduos idosos apresentarem alterações psicológicas, efeitos colaterais a medicações e doenças concomitantes, explicam a maior susceptibilidade à incontinência urinária.
A identificação de fatores que predispõem à incontinência urinária não localizados no trato urinário inferior é de fundamental importância para que possamos abordar a incontinência urinária de maneira adequada.
Referências:
Reis RB, Cologna AJ, Martins ACP, Tucci Jr S, Suaid HJ. Incontinência urinária no idoso. Acta Cir Bras [serial online] 2003 vol 18 suppl 5. Disponível em www.scielo.br/acb. Acesso em 14/04/18.
Rosangela Sousa
Enfermeira
Casa de Repouso Coqueiros
Coren-SC 461333